terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O "TAZ"

O Taz era um cachorro que foi resgatado das ruas do centro, por desconhecidos, um cachorro de pequeno porte, pelo liso e dourado, que chamam de balaio (parece um chiuaua mas é um pouco mais largo). Ele era idoso e lindo, mas como todos os cães da S.O.S possuía uma historia triste e a do Taz era misteriosa.
O dia do resgate do Taz.
 O Taz chegou a S.O.S mancando da pata traseira direita, com uma lesão
no ânus, uma protrusão do intestino, sangrando, inflamado e dilatado, ele não segurava as fezes. Cuidar dele causava um certo desconforto para ele e para quem ficasse encarregado. Ele era um cachorro bom, mas suspeitávamos de que ele foi vítima de abuso sexual e por isso era agressivo. Ele não teve boas experiências com humanos, pode ter sido atropelado e não foi cuidado como deveria, tinha uma perna quebrada que ficou durinha torta pro lado, ele parecia dançar o xaxado, todavia isso não o impedia de ser quem ele era. 
O Taz e a Sheilla passeando na "Concha"

O Taz nos deixava fazer carinho, dar banho, mas às vezes “surtava” e grudava nas canelas de alguém pra expressar seus desejos, quando tentávamos tirar a “escolhida” de suas potentes garras, éramos mordidos, daí veio o nome dele, daquele desenho.
O banho do Taz com a Rebeca

 A solução para trabalhar aos sábados na presença do Taz era jogar um pano de chão ou uma garrafa Pet para que ele se entretece, ou leva-lo para passear na “Concha” com os demais, para que as voluntárias pudessem lavar o abrigo sem um possível ataque. 
Passeio aos sábados, ele amava "ser cachorro" na
 grama da concha 

As vezes o Taz se “comportava mal” com as visitas (pessoas que vão nos ajudar, conhecer a associação ou adotar algum animal), mas, bem como ele, nós tínhamos a esperança de que um dia o Taz seria adotado, teria um lar de amor, com pessoas que não o machucariam, que o entenderiam, que fizessem com que as más lembranças da vida dele fossem embora. Mas uma fatalidade levou o Taz antes que ele conhecesse o seu dono, ele não era castrado, e numa disputa com outro não castrado ele levou a pior. O abrigo é pequeno, é uma casa, não tem baias, e o manejo dos animais é feito conforme as possibilidades. Machos  não castrados irão brigar pelos recursos – fêmea, comida, cama – isso é próprio da natureza deles diante de uma escassez.

Hoje a casa estava triste, silenciosa, o Taz agitadinho não estava lá para nos receber.

Taz, sentiremos saudades de você!


3 comentários: